O que faz dos portugueses heróis quando labutam fora de portas é a
coragem e o que os torna invertebrados cá dentro são as políticas de conforto à
preguiça e de subsidiodependência.
Eu vi, em Paris,
nos passados dias 14, 15 e 16 de Setembro, a energia e a vontade de vencer de muitos
portugueses. E, por isso, testemunho que Portugal é possível neste mundo global
em que vivemos desde que deixem os portugueses ser livres …e portugueses!
Sob os auspícios
da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa, superiormente dirigida
pelo Prof. Doutor Carlos Vinhas Pereira, um português de sucesso em França,
realizou-se o I Salão Imobiliário Português
e o IV Forum dos Empresários Luso-Descendentes e Portugueses em França, no
Parque de Exposições de Paris. Inúmeros visitantes – não só portugueses residentes
em França mas, também, franceses e, até empresários de outras nacionalidades
por lá passaram à procura de negócios em Portugal. Cumpre
sublinhar, pelo que vi, que os portugueses, - o Portugal que trabalha, cria e
vence – está na rota de muitos investimentos estrangeiros.
Confirmei,
então, a minha convicção de que um desígnio nacional, premente, há-de ser o
reencontro da diáspora portuguesa em torno de alguns valores, patrióticos e
morais. Haverá 5 milhões de portugueses espalhados pelo mundo que os poderes
deste país, porém, sucessivamente tem ignorado, mas que são uma variável
necessária e relevantíssima para ultrapassarmos as crises do presente. E eles –
que são dos melhores de nós (pela coragem de partir, pelo espírito de
sacrifício que os anima na sua luta por esse mundo fora) não se afastaram da
portugalidade. Foram apenas esquecidos pelo autismo e inveja, até, dos que cá
ficamos.
Voltei, entretanto,
a Portugal. Nos dias seguintes, em duas ocasiões distintas, julgo ter entendido
algumas das razões para estarmos a ser subjugados pelos nossos credores. É que,
por cá, os nativos não querem trabalhar (apenas querem emprego…) nem estão
dispostos a lutar pela conquista de um posto de trabalho, ou pela sua
manutenção. Mesmo a austeridade, sem ética e sem equidade nem sentido de futuro,
já é, por muitos, aceite num conformismo ingénuo ou na vivência de medos subtilmente
instilados na sociedade pelos que nos governam cá dentro e, sobretudo, de lá de
fora.
António Borges,
no seu afã de ganhar de ganhar dinheiro fácil e na sua total falta de jeito
para a política, quando qualificou os empresários portugueses de “ignorantes”
não soube justificar a sua afirmação. Mas disse uma relativa verdade que aqui
sublinho: muitos empresários portugueses são mais que ignorantes, são corruptos
e nada sabem fazer sem que a torneira do Estado se abra a jorrar dinheiro para
as suas ambições. Há muito que defendo que não é o dinheiro que faz os
verdadeiros empresários – nem o ter amigos nos partidos para o alcançar (e
depois devolver em múltiplos esquemas de engenharia fiscal e financeira). Mas
quando qualquer trolha (profissão honrada, de resto) se traveste de empresário
e entra na banca ou na sede dos poderes políticos e aí, por inconfessáveis
motivos, assenta praça como general… alguma coisa está mal.
A recuperação do
nosso pais precisa de Trabalhadores e de Empresários (com letra grande) e não
daqueles que só querem um emprego ou nada saber fazer, nos seus fatos Hugo
Boss, sem o Estado ao lado.
O que faz dos
portugueses heróis quando labutam fora de portas é a coragem que os leva a ser
dos melhores empresário e trabalhadores do mundo. E que os torna invertebrados
cá dentro são as políticas de conforto à preguiça e de subsidiodependência que
lhes mata a alma. Havemos, um dia, neste aspecto, de confrontar, também, o
actual presidente Cavaco Silva, que, para muitos, é um dos responsáveis morais
por esse espírito leviano e inconsequente desde os tempos em que, para ganhar e
manter maiorias absolutas, se conformou ao “pão e circo” para todos e algo
mais, porventura, para alguns… Digo isto, claro, na certeza incontornável de
que terei de nascer outra vez (ou duas vezes?) para ser tão sério como o
Presidente o é.
Por mais que
queiramos sair da crise não será viável consegui-lo sem os portugueses da Diáspora Eles são os melhores dos melhores de nós. E, agora que a juventude
qualificada abandona este país a apodrecer, mais vigor terá esta convicção.
Como o
conseguir?
Sem comentários:
Enviar um comentário