terça-feira, 23 de abril de 2013

O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E O ESTADO


Há muitas “mangas de alpaca” que parasitam a administração pública onde,tantas vezes, nada mais fazem do que criar dificuldades para vender facilidades.

O Governo está a mexer, inquieto e instável. Saem e entram governantes como crianças dos carrinhos de um parque de diversões. A U.E.  não está mais serena e, a “Troika”, comporta-se como uma barata tonta ao acabar, finalmente, por perceber que os seus remédios (ditas ajudas) são piores que receitas de bruxa.

A austeridade, cega, surda e muda, matou muitas esperanças e instalou o medo entre os portugueses; levou fome a muitos lares e a morte a muita doença. Foi um castigo, uma punição, que, vê-se agora, não tinha, nem tem, qualquer justificação económica. Tratou-se um mero ato de  terrorismo financeiro perpetrado por intelectuais de pacotilha, pretensamente cientifico (experimental), baseado em falsidade (ideologicamente programada?) de dois economistas, Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, agora desmascarados (cfr. na net “Does High Public Debt Consistently Stifle Economic Growth? A Critique of Reinhart and Rogoff").

A agenda da austeridade irá ser, agora, reavaliada, mas isso já chega tarde demais para compensar tanto sofrimento. E não é certo que mude a mentalidade tacanha de certos políticos que, depois de lamberem alguns manuais ou revistas, se julgam donos da verdade absoluta. Pobres estrangeirados!

Austeridade, palavra trágica do nosso presente, mais do que marca do que é rigoroso, rígido nos princípios, comportamentos, ou hábitos (e de que precisamos), afirmou-se como sinónimo de empobrecimento e, sobretudo, de mortificação (que não merecemos) imposta de fora. Na economia significa rigor no controlo das despesas e gastos e é necessária quando a dívida pública e o défice se tornam insustentáveis. Mas, pela pouca inteligência de uns quantos bárbaros vestidos à homem e servidos à mesa por submissos criados portugueses - que puseram ainda mais pimenta na comida, - foi vista como “via única” num discurso dogmaticamente fechado: ou a “Troika” ou o caos.

Agora os mesmos trogloditas das finanças, lá fora e cá dentro, renovaram o seu discurso e falam-nos de reindustrialização e relançamento da economia. Acredito que seja verdade pela simples razão de que alguns já estão a abandonar o barco e a regressar aos seus gabinetes de consultores, advogados, “facilitadores”… onde tinham deixado a render o capital da sua estadia no Governo. Cometam os erros que cometerem, ou já cometeram, espera-os, cá fora, o perfume dos grandes negócios. Durante a política os negócios sempre continuaram, afinal!

O desenvolvimento económico parece que vai passar a ser um novo amanhã que canta. Antes isso, que o dobre afinados que marcou o passado recente. Todavia mais cortes se anunciam ainda na despesa pública (… como era bom suspender o Tribunal Constitucional, ou acabar mesmo com ele!) que afetarão as despesas sociais e, também, os trabalhadores da administração pública. Um drama acrescido no caso do Estado social, mas uma relativa necessidade no segundo. Não me refiro a professores, médicos, enfermeiros, juízes, mas, apenas, aos milhares de “mangas de alpaca”, ainda que com “canudo” (tipo Relvas ou outros), que infestam e parasitam a administração pública onde, tantas vezes, nada fazem do que criar dificuldades para vender facilidades. Também estes “custos de contexto” terão de ser eliminados. E, para tal, deixo aqui uma nota que nem tem nada de original embora seja politicamente incorreta para muitos: tudo o que a lei não proíbe é permitido. Este principio vale no Reino Unido, em França… mas não na Coreia do Norte. Seria, então possível retirar o Estado de Institutos, Comissões, e outros organismos de controlo prévio da legalidade desde um projeto de uma moradia, à licença de uma indústria ou à abertura de um restaurante. A Lei regularia os termos e condições da iniciativa que se imporiam, por si, aos interessados. Se não fossem cumpridos, então, accionar-se-ia o poder judicial para punir eficazmente os responsáveis.

Quantos trabalhadores poderiam, assim, deixar de estar à mesa do Estado e passar a fazer qualquer coisa de útil?

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