Querem ir sem nós? Pois
bem, nós seguiremos sem eles.
Um indício de resposta foi-me trazida nestes dias mais fortemente
enquanto esteve no Porto, a convite do Forum Portucalense, o Sr. ILAN GEVA, um
dos maiores peritos mundiais em marketing,
convidado a falar sobre dois temas: “Portugal
destino de excelência – TURISMO DE SAÚDE E BEM ESTAR – QUE FAZER?” e “Porto! Uma marca para o mundo!”. Quem
assistiu, considerou excelente o conteúdo das informações que nos foram
trazidas por esse guru norte americano e vários presentes nas conferências, de
algum saber de experiência feito, concluíram que neste país se vai por um
caminho errado e urge mudar de estratégia se algum dia quisermos tirar a cabeça
debaixo de água. Outros não perceberam nada. Muitos, responsáveis no aparelho
da administração pública ou autarcas, que todos pagamos, primaram pela
ausência. Também os autodesignados “notáveis”(!?) do Porto fizeram sentir com a
sua ausência a soberba do seu egoísmo, da sua ignorância e do seu desprezo por
tudo o que não vai no sentido dos seus interesses individuais. A comunicação
social, tirando a honrosa presença da RTP1 e do jornal “Vida Económica” – cada
vez mais claramente um exército de mercenários estúpidos – fez ouvidos de
mercador aos eventos.
Feliz o país que tais filhos… tem!
Adiante, porém que se faz tarde.
Na espuma dos dias recentes e no contexto da visita assinalada, outras
situações vieram fundamentar a razão de ser das perguntas com que iniciei esta
crónica. Escolho sublinhar as seguintes:
1. No hotel, na baixa do Porto, onde ficou instalado o convidado do Forum
Portucalense, só é possível atender uma chamada telefónica de cada vez. A
esposa do Sr. Ilan Geva passou horas a tentar falar para esse hotel sem
sucesso!
2. À partida para um cruzeiro no Douro – e apesar da empresa organizadora
ter sido informada a respeito do viajante que iria acolher, - apareceu, apenas,
tarde e a más horas, uma loira oxigenada, mas sobretudo malformada, a
“despachar” para o comboio os turistas. Nem uma palavra de boas vindas, (nem
qualquer outra) mas, antes, o desprezo por um trabalho que deveria ser exercido
com particular cuidado.
3. Na programada (e acordada) visita a um espaço público marcante das
artes, nem um passarinho cuidou minimamente de acolher o visitante. A pesporrência
e negligência de quem o governa (?) fez-nos corar de vergonha.
E fico por aqui. Não sem sublinhar que houve também momentos a atitudes
cativantes e do verdadeiro interesse de Portugal: do Sr. Doutor Manuel Teixeira
(Secretário de Estado da Saúde); do Sr. Prof. Agostinho Cruz (Escola Superior
de Tecnologia da Saúde do Porto); do Sr. Prof. Salvato Trigo (Universidade
Fernando Pessoa); do Sr. Dr. Laranjeira Pontes (Instituto Português de
Oncologia do Porto); do Sr. Prof. António Ferreira (Hospital de S. João); do
Sr. Dr. Paulo Sarmento e Cunha (Casa da Música); do Sr. Dr. Manuel Cabral
(Instituto dos Vinhos do Douro e Porto).
Aos que vivem dos “tachos” com que o poder político paga favores e nada
fazem; aos que vivem dos subsídios do Estado para não fazer nada e aos que já desistiram
de lutar apenas peço que não vivam mais à custa dos que sacrificadamente ainda
trabalham e lutam. Deixem a sociedade civil organizar-se e agir em liberdade
num voluntário e gratuito prazer de construir um país novo.
Querem ir sem nós? Pois bem, nós seguiremos sem eles.
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