sexta-feira, 17 de maio de 2013
NUMA VISITA AO PORTO ORGANIZADA PARA O SR. JACQUES COMMAILLE
Publicada por
António Vilar
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5/17/2013
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quinta-feira, 9 de maio de 2013
ENTRE MUNDOS
Há sinais inegáveis de uma rutura com o passado.
As palavras que
ora escrevo não serão mais do que palavras, porventura vazias, neste mundo que
está virado de pernas para o ar. Escritos na água neste tempo opaco, rico em
incertezas e prenhe de riscos que vem marcando uma etapa mais do trânsito da
humanidade.
Há sinais
inegáveis, porém, de uma rutura com o passado que nos colocam perguntas fortes
e para as quais não alcançamos respostas, ou apenas algumas respostas frágeis,
precárias.
Uma nova era
marca já o nosso tempo. Não se trata de um mero tempo de mudança, mas de uma
transformação radical, que vai às raízes das nossas vidas e as muda
completamente. No entretanto desmembram-se continuidades que parece terem
imperado no passado. Vejam-se alguns sinais. A Igreja Católica, que, quer se
queira quer não, é um referencial incontornável da nossa mundividência, tem um
novo Papa… ao lado de outro, dito emérito, mas que não deixa de carregar em si
um certo passado que ainda é presente. Tão presente como o novo Papa Francisco,
porventura o símbolo de algo novo, revolucionário mesmo. Não há, decerto, saber
cientifico para perceber o que se passa e cada um tirará as suas ilações. Vale
aqui, talvez, apenas aquela reflexão de Santo Agostinho: “Credo ut intteligam… intellego ut credam” (creio para poder entender… entendo para poder crer) – porventura um
imprescindível apoio para nos situarmos neste conturbado mundo.
O processo
austeritário em curso – e sem fim à vista – agrava cada vez mais a nossa condição
de vida, ainda que, a alguns, esteja a trazer cada vez mais riqueza e poder.
Não sairemos dele, porém, seja quando for, com o mesmo modo de ser ou de estar.
O crescimento
económico é, por outro lado, a ilusão que, agora, parece despontar no céu negro
entre os trovões. Mas, nada estando assegurado,
cabe, mesmo assim, perguntar: crescimento para quem? Crescimento de quê?
Entre a
realidade e as promessas evidencia-se o desnorte que vai na vida pública em
Portugal e no mundo. Na “Troika”, que nos oprime, uns acham que basta de
punição e apelam ao crescimento económico, enquanto outros convocam e impõe uma
ainda mais dura austeridade numa dualidade de posições que mostra bem o
desvario que vai na cabeça dos políticos. Por cá, neste país que apodrece em
cada dia que passa, acontece um governo com dois primeiros ministros (ou três,
além de Passos e Portas … Gaspar)
Em casa onde não
há pão (juízo) todos ralham e todos têm razão.
O início deste
milénio há-de ficar na História como um tempo de mediocridade – de gente sem
escrúpulos na governação pública; de ideias estúpidas e políticas
experimentalistas; de falta de solidariedade e de egoísmo; de fome e de mal
estar geral; de ausência de honra e de humanismo, também.
Em momentos de
catástrofe é necessário projetar o pensamento para o período que se lhe há-de
seguir e, daí, de novo, olhar com esperança o futuro. A isto se chama “catastrofismo
esclarecido” (Jean-Pierre Dupuy, La
marque du sacré: essai sur une dénégation, Paris, 2009) o que é algo que
não tem sido objeto de devida atenção. Há que, com efeito, dizer a verdade
sobre o presente sem minimizar o tamanho da catástrofe que se abateu sobre nós,
mas lançar, também, pontes para o outro lado.
Os livros já
foram todos lidos e as teorias são todas conhecidas da generalidade dos
“mestres” que governam este tempo. Só falta, agora, dar um “jeitinho” e assumir
uma ideia sobre Portugal – que não é um mero gabinete em Bruxelas, Nova York ou
Berlim com janela para a província.
Publicada por
António Vilar
à(s)
5/09/2013
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